Virtudes:

Ética das virtudes:

Para Aristóteles a virtude é um meio termo entre dois vícios. Por exemplo a virtude da coragem, é um meio termo entre a covardia e a temeridade. Um meio termo entre a falta e o excesso. Por exemplo, a virtude da coragem entre o medo e a despreocupação.

Para uma ação ser virtuosa não basta simplesmente ser feita por dever, é necessário uma soma de prazer e alegria ao se fazer a ação.

VIRTUDES CARDINAIS: VIRTUDES NOS QUAIS TODAS AS OUTRAS SE APOIAM. SÃO QUATRO:
A) JUSTIÇA:
ME PERMITE OLHAR QUALQUER PESSOA COMO IGUAL A MIM. PRINCIPIO DE IGUALDADE OU DE EQUIDADE. QUEIRA PARA O OUTRO O QUE VOCÊ QUER PARA VOCÊ MESMO.
CORAGEM:
FORÇA QUE NOS IMPELE A ENFRENTAR OS PROBLEMAS DA VIDA, SEM FUGIR. NÃO CONFUNDIR COM TEMERIDADE.
C) TEMPERANÇA:
CONTROLE DAS SENSAÇÕES, DOMÍNIO SOBRE OS PRAZERES MATERIAIS. NÃO TEM EXCESSO. EM NOME DO PRAZER PODE-SE DEIXAR DE FAZER O BEM.
D) PRUDÊNCIA:
SABEDORIA PRÁTICA. SABER FAZER. É A VIRTUDE QUE ME ENSINA COMO FAZER, EM QUE MOMENTO FAZER, COMO REALIZAR. NÃO É IMPULSIVA.

LE:

893. Qual a mais meritória de todas as virtudes? (DESINTERESSE). 

“Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”

894. Há pessoas que fazem o bem espontaneamente, sem que precisem vencer quaisquer sentimentos que lhes sejam opostos. Terão tanto mérito quanto as que se veem na contingência de lutar contra a natureza que lhes é própria e a vencem?

“Só não têm que lutar aqueles em quem já há progresso realizado. Esses lutaram outrora e triunfaram. Por isso é que os bons sentimentos nenhum esforço lhes custam e suas ações lhes parecem simplíssimas. O bem se lhes tornou um hábito. Devidas lhes são as honras que se costuma tributar a velhos guerreiros que conquistaram seus altos postos.

Paixões: 

No sentido etimológico é o contrário de ação. Paixão é receber a ação passivamente. No francês: passion. René Descartes em sua obra "As paixões da alma" trata deste assunto. Diferente do conceito vulgar que vê a paixão como algo negativo, o conceito filosófico utilizado por Kardec é diferente. No Livro dos Espíritos na questão 908 os Espíritos dizem: "As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado, e que se torna perigoso quando passa a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la, e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos ou para outrem". E Kardec complementa: "As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o auxiliam na execução dos desígnios da Providência. Mas se, em vez de as dirigir, deixa que elas o dirijam, cai o homem nos excessos e a própria força que, manejada pelas suas mãos, poderia produzir o bem, contra ele se volta e o esmaga".

Assim como um corcel (cavalo usado em corridas) as paixões são boas ou más dependendo do domínio que temos sobre elas. A tristeza, em certo nível, pode ser útil, fazendo com que procuremos resolver nossos problemas. A alegria, num nível alto e sem controle, pode nos tornar invigilantes. A paixão é uma emoção decorrente de influências materiais que nos ocorre passivamente, ou seja, sem que queiramos. Isso pelo menos imediatamente, pois depois podemos dominá-las. Os Espíritos da terceira ordem sentem boas e más paixões, por causa da predominância da matéria sobre o espírito, os da segunda ordem apenas boas, pois possuem predomínio do Espírito sobre a matéria, e os espíritos puros, da primeira ordem, nem boas nem más, pois como diz o Livro dos Espíritos na questão 112 não sentem "nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens".

Espíritos da segunda ordem só tem boas paixões e os da primeira ordem não tem nenhuma paixão:

228. Conservam os Espíritos algumas de suas paixões humanas?

“Com o invólucro material os Espíritos elevados deixam as paixões más e só guardam a do bem. Quanto aos Espíritos inferiores, esses as conservam, pois do contrário pertenceriam à primeira ordem.”

A paixão é algo que nos atinge passivamente, sem a participação da nossa vontade. As paixões não podem ser alteradas diretamente e de modo imediato. A vontade precisa fazer uso de recursos da inteligência e da imaginação. No caso da tristeza, pode-se pensar que os sofrimentos da vida material são temporários, e que servem para nosso adiantamento. Que a verdadeira felicidade, a felicidade eterna dos Espíritos puros, inalterável, nos aguarda. Que a vida é efêmera diante da eternidade.

Referências:
Aristóteles, Ética a Nicômaco. Descartes, As Paixões Da Alma. 

Comentários

  1. A sabedoria espírita - Daniel Araújo

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  2. https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/2/o-livro-dos-espiritos/233/parte-terceira-das-leis-morais/capitulo-xii-da-perfeicao-moral/as-virtudes-e-os-vicios

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  3. https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/2/o-livro-dos-espiritos/234/parte-terceira-das-leis-morais/capitulo-xii-da-perfeicao-moral/as-paixoes

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  4. Caridade é amor em ação (virtude). Amor é sentimento (paixão).

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