Espiritismo na África do Sul - Riana Willemse:

 Oi Eric. Muito obrigado por me incluir e me fazer essas perguntas sobre a África do Sul. Eu preparei algumas respostas para ti, embora não seja fácil falar da situação do Espiritismo na África do Sul. 

Durante vários anos, e baseado em experiências que eu tive, pesquisando e procurando auxílios em muitas igrejas, acho que a minha mediunidade acabou por ficar forte suficiente para eu me interrogar sobre ela. Eu fiz muitos estudos em várias religiões, descobri o Espiritualismo e mais tarde o Espiritismo.

Eu levei algum tempo para procurar a diferença em inglês de espiritismo e espiritualismo, já que não é muito clara. Em particular as questões da mediunidade. Senti dificuldade em sentir que tinha algo de muito puro e eventualmente bom, mas falar com outros era bastante difícil. 

Ao começar a ler literatura espírita verifiquei que havia uma coincidência entre aquilo que eu entendia dos Espíritos e que eu já tinha também observado em estudos anteriores. 

A segunda pergunta é: como está atualmente o movimento espírita na África do Sul? Não existe grupos presencias aqui na África do Sul. Há sim participação no zoom e em outras plataformas. Em grupos de estudos. Fundamentalmente iniciado por brasileiros em português. E isso acontece também em outros países aqui em nossa volta, em África, em que o movimento espírita segue o mesmo padrão, embora haja um grande interesse. Eles juntam-se nessas reuniões, mas movimento organizado não, do meu conhecimento não existe. Isso por causa da religião e da forma como a religião vê as questões do espiritismo.

Claro que é um progresso que se está fazendo, mas as posições ainda são bastante extremadas e condicionam a organização do movimento espírita. Então nós o que fazemos fundamentalmente é partilhar o que sabemos, aprender uns com os outros sobre o que vamos ouvindo. Buscar perguntas, esclarecer dúvidas entre nós.

Nós chegamos a África do sul a partir da Holanda e a Holanda a partir da Alemanha. As igrejas da África do Sul eram fundamentalmente de perfil holandês. Estamos a falar da década de 70, quando a África do sul rompeu com a igreja católica romana. Agora tem sido igrejas protestantes, desde aí. Todas essas religiões acreditam na ressureição, que Jesus Cristo ressuscitou. E não há nenhuma no nosso país que acredita na reencarnação. Eles acreditam em Espíritos. Com algumas crenças particulares. O culto pelos antepassados. Há uma crença em particular que é crer em doutores. Os doutores mágicos. Que tem uma grande influencia nas questões espirituais. Que podem fazer mágicas com os Espíritos. Portanto, são médiuns, mas ligam tudo as questões místicas. 

Então as pessoas os procuram pra encontrar o que precisam. Há muitas religiões fortes na África do sul, mas pelas questões culturais, eu diria que a maioria serão cristãs. É um grande movimento religioso.

Uma outra coisa é que muitos acreditam que vão para o inferno ou para outro local. Portanto, bastante longe do espiritismo. Uma coisa é crer na reencarnação e outra coisa é crer no pecado e nas consequências dele. 

Algumas religiões acabam por aceitar discretamente a mediunidade e eu tenho alguns exemplos com padres católicos romanos. Eles mostravam ideias mais espiritualistas que eu estava esperando. Eles também não gostavam da mediunidade que eu tinha. Achavam anormal. Fora na linha de Moisés, da linha tradicional. Todas essas coisas levam a mediunidade tal como a conhecemos e estudamos não seja bem aceita. 

Na pergunta 798, em O Livro Dos Espíritos, se pergunta se o espiritismo terá um caráter universal. E claro que vai se desenvolvendo e marcará uma nova era e o tempo chegará em que será reconhecido como importante para o conhecimento humano. Se nós pensarmos nisso, vemos que o Espiritismo vai crescer em todo mundo. Ou através da mediunidade ou através das descobertas cientificas. E isso é uma razão para nós continuarmos nos países que falam em inglês, na África do Sul, de forma que possamos começar a entender essas questões. Que não seja só uma questão de traduzir livros, do francês ou do português para o inglês, mas também viver. Viver essa essência, Meditar nessas questões. Traduzir para o "africâner".  

Nós pretendemos para o inicio do próximo ano tomar algumas atitudes nesse sentido. De implementar ainda mais o espiritismo aqui. E talvez traduzir essas obras. De forma que qualquer sul africano possa ler e tomar conhecimento dessa doutrina. E possa eventualmente encontrar alguma coisa que lhe faça sentido para a vida. Não apenas ficar com uma ideia enviesada, introduzida pelas religiões. 

A necessidade de sentir Jesus dessa forma como o Espiritismo nos ensina e também conhecer tudo isso que a espiritualidade superior nos revelou através dessa doutrina e também conhecer tudo isso que a espiritualidade superior nos revelou através dessa doutrina e que nos pode ajudar muito. Estou muito animada com essas possibilidades de trabalho. 

A seguinte questão: se há alguma relação com o movimento africano e o internacional. Bem, tudo está ligado. Ao não haver movimento formal, as questões são um pouco mais discretas. Nós trabalhamos por exemplo também com Madagascar, Moçambique, Malawi, no ideal espírita. Claro que recebemos muito apoio do Brasil. E há um cunho religioso espírita que é introduzido pela comunidade brasileira que aqui está como imigrante. Mas de qualquer maneira é importante pelo menos a visão de que o Jesus Cristo que o Espiritismo nos ensina é diferente daquele das religiões que aqui temos. 

Nós apenas desejamos ser melhores, mas de novo, cada cultura tem suas próprias coisas, a maneira de sentir. Mas todos podemos encontrar no espiritismo uma ponte do desenvolvimento comum. O espiritismo nos dá essa segurança. A forma como ele é explicado, tão lógica. Que creio que pode atravessar obstáculos de cada nacionalidade, de cada povo. 

Há um ensinamento religioso, filosófico do espiritismo que é: todos juntos podemos ser melhores. E creio que o espiritismo trás essa mensagem e pode despertar a consciência nossa e de todos os países.

Temos contato de várias pessoas em todo mundo, como Charles Kempf, mas entre outros da Inglaterra, do Brasil. E vamos trocando ideias. E vamos aprendendo em reuniões de estudo. E aprendemos com eles, como organizar um movimento, partilhar experiências. Estamos fazendo tudo que é possível, pois vale a pena.

Muito obrigado por essa oportunidade por essa oportunidade de falar sobre a África do Sul. Sei que há coisas bonitas para vir. Que o mundo espiritual nos reserva coisas boas. Não devemos acelerar nada. Muito obrigado pela oportunidade. Até sempre. 



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