Espiritismo, Locke e o liberalismo:
Para o espiritismo a propriedade privada é um direito
natural:
"882. Tem o homem o direito de defender os bens que
haja conseguido juntar pelo seu trabalho?
“Não disse Deus: Não roubarás? E Jesus não disse: Dai a
César o que é de César?”
O que, por meio do trabalho honesto, o homem junta constitui
legítima propriedade sua, que ele tem o direito de defender, porque a
propriedade que resulta do trabalho é um direito natural, tão sagrado quanto de
trabalhar e de viver."
Da mesma forma, para Locke, um pensador liberal, o homem
nasce no estado de natureza com direitos naturais. Um deles o direito de
propriedade privada. O estado surgiria com o contrato social para assegurar
tais direitos. Diferentemente, para Rousseau, o homem nascia bom mas a
propriedade privada geraria desigualdades. O contrato social e por conseguinte o estado surgiriam para resolver essas desigualdades.
Para o espiritismo a desigualdade de riquezas é natural:
811. Será possível, e já terá existido, a igualdade absoluta
das riquezas?
“Não; nem é possível. A isso se opõe a diversidade das
faculdades e dos caracteres.”
a) – Há, no entanto, homens que julgam ser esse o remédio
aos males da sociedade. Que pensais a respeito?
“São cultores de sistemas, esses tais, ou ambiciosos cheios
de inveja. Não compreendem que a igualdade com que sonham seria a curto prazo
desfeita pela força das coisas. Combatei o egoísmo, que é a vossa chaga social,
e não corrais atrás de quimeras.”
Vemos uma semelhança tremenda entre o pensamento liberal
clássico e o pensamento da doutrina espírita.
Sobre o estado de natureza:
776. Serão coisas idênticas o estado de natureza e a lei
natural?
“Não, o estado de natureza é o estado primitivo. A
civilização é incompatível com o estado de natureza, ao passo que a lei natural
contribui para o progresso da Humanidade.”
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