Infinito ou indefinido?

Infinito ou indefinido?
Todos nós conhecemos a pergunta número dois de O Livro dos Espíritos. Há na revista espírita um artigo onde um leitor da revista manda um questionamento, perguntando se não seria melhor ao invés de dizer que tudo que é desconhecido é infinito, dizer tudo que é desconhecido é indefinido, pois ele conseguia imaginar coisas que eram desconhecidas e nem por isso eram infinitas.
Link para o artigo  Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1863 > Agosto > Perguntas e problemas > Infinito e indefinido: https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/897/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1863/7128/agosto/perguntas-e-problemas/infinito-e-indefinido.

A pergunta número 2 do Livro dos Espíritos é a seguinte:
2. Que se deve entender por infinito?
“O que não tem começo nem fim; o desconhecido; tudo que é desconhecido é infinito.”

Há dois sentidos do termo infinito aí. O primeiro é que o infinito é o que não tem começo nem fim. É o sentido mais usual da palavra. É nesse sentido que se diz que os atributos de Deus são infinitos, que sua bondade, sua misericórdia, sua potência é infinita. A segunda parte da pergunta se  refere ao segundo sentido do termo. Infinito como tudo aquilo que é desconhecido.

Kardec no artigo precitado da revista espírita vai explicar que embora os termos infinito e indefinido possam ser sinônimos no sentido geral, tem cada um uma acepção especial. A palavra infinito no sentido geral pode se referir ao que é indefinido, mas o contrário não se dá. Podemos dizer: uma duração infinita e uma duração indefinida, mas não podemos dizer que Deus é indefinido ou que sua misericórdia é indefinida.

A palavra indefinido se aplica mais especialmente às coisas materiais e a palavra infinito às coisas abstratas. Quando uma coisa é desconhecida tem para o pensamento o vago do infinito. Se por exemplo não sabemos o número de estrelas no universo, esse número é indefinido, mas é infinito para a imaginação. Podemos imaginar uma infinidade de números possíveis de estrelas. Não sabemos o que nos ocorrerá amanhã, nosso pensamento erra ao infinito, os acontecimentos é que são indefinidos. Podemos imaginar uma infinidade de coisas que nos ocorrerá amanhã.

Portanto, a definição de infinito como desconhecido está correta na segunda questão de o livro dos espíritos questão. O desconhecido é infinito para o pensamento, para a imaginação. A palavra indefinido não passaria a mesma ideia e seria uma obviedade dizer que aquilo é desconhecido é indefinido.

Vejam a explicação do Cosme Massi sobre esse assunto no kardecplay.

Uma coisa que o Cosme explica no vídeo e no seu livro "Espírito e matéria" é que esse segundo conceito de infinito como o desconhecido tem relação com o que os lógicos chamam de compreensão de um conceito e extensão de um conceito. A compreensão de um conceito seriam todas as características, qualidades e propriedades de um determinado conceito. A extensão seriam todos os seres ao qual esse conceito se aplica. Quanto maior as características e qualidades de um conceito, quanto mais rico ele é, menor a extensão. E quanto mais pobre for o conceito, maior sua extensão. Por exemplo, o conceito de brasileiro e de carioca. O conceito de carioca é mais rico, pois todas as características que estão presentes num brasileiro tem que estar num carioca, mas ao mesmo tempo sua extensão é menor, se aplica um numero menor de pessoas. Se desconhecemos as características (0 características) de um ser, poderíamos dizer que sua extensão é infinita, pois poderíamos imaginar uma infinidade de seres ao qual aquele conceito de aplica. Poderia se aplicar a tudo.


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