ARGUMENTO DA CAUSALIDADE:


1 - Na primeira questão de O Livro dos Espíritos se define Deus partindo do principio da causalidade, ou lei de causalidade: “Deus é a causa primeira de todas as coisas”. Esse princípio de causalidade é um axioma, é uma verdade que não pode ser provada, mas é aceita por ser uma verdade evidente. Todo efeito tem uma causa. Sem esse principio como explicaríamos qualquer coisa? Explicar é dar causa. Sem esse principio, não há ciência, pois a ciência é justamente a procura das causas que explicam os fenômenos da natureza. O argumento da causalidade para chegar a Deus é usado pelos filósofos a muito tempo, para argumentar em favor da existência de Deus. Um deles foi o filosofo Santo Tomás de Aquino. Tomás de Aquino tinha cinco vias para chegar a Deus.
2 - A primeira via era através do movimento. Nenhum ser pode mover a si mesmo, apenas por outro ser. Retrocedendo chagaríamos a um primeiro motor imóvel que move todos os outros. Se retrocedêssemos Ad infinitum nunca chegariamos a uma explicação para o universo.
A segunda via faz um raciocínio similar ao exposto acima, mas com a noção de causa e efeito. Haveria então uma primeira causa eficiente, não causada, que causou todos os efeitos subseqüentes.
A terceira via parte da diferenciação entre seres contingentes e seres necessários. Seres contingentes são aqueles que poderiam ou não existir. Ser necessário é aquele que não pode não ser. Tudo que existe no universo um dia não existiu, desse modo se retrocedêssemos poderíamos chegar ao nada, ao não ser. Mas o nada não pode criar coisa alguma. Todo universo deve ter portanto sua causa num ser necessário.
A quarta via é a noção de grau máximo de perfeição. O mais perfeito, supremo, seria Deus. Haveria uma hierarquia na criação, onde o ser humano estaria no meio. Só poderíamos estabelecer essa hierarquia de perfeição tendo como parâmetro a perfeição absoluta.
A quinta via é o governo supremo. Se há uma ordem no universo, uma ordem racional, deve haver um ser supremo que governe tudo no mundo e que estabeleça essa ordem. Tudo teria uma finalidade, que só poderia ser dada pelo próprio Deus.
3 - Remontando de causa em causa, retrocedendo no tempo sempre chegaríamos a uma causa primeira, não causada, que originou todas as coisas. Tudo tem sua causa primeira em Deus. É desse modo que, por exemplo, a astronomia determinou a existência de certos planetas, mesmo sem vê-los, apenas observando seus efeitos. Kardec vai além. Diz que todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. É dessa forma que ele explica os fenômenos espíritas. As mesas, as batidas e os fenômenos físicos que ocorriam em sua época mostravam uma intenção, um pensamento, uma deliberação. Mostravam portanto que havia uma inteligência por trás deles, invisível, dado que a inteligência não poderia vir da própria mesa, da matéria. Esse mesmo raciocínio pode-se usar para mostrar que a causa primária do universo é uma inteligência suprema, superior a todas as outras.
Podemos determinar da mesma forma a natureza e o poder de uma causa, estudando seu efeito. Dessa maneira chegamos a compreensão de que Deus é uma inteligência superior a humanidade, dado que os homens não poderiam criar ou recriar as maravilhas que vemos na natureza. Vejamos em O Livro dos Espíritos:
9. Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
“Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem: vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!”
O universo é um efeito inteligente que deve, portanto, ter uma causa inteligência, e uma inteligência superior a todas as outras. Com isso não se quer dizer que a natureza, as leis e os fenômenos naturais sejam em si inteligentes. Mas demonstram uma inteligência por trás deles. Vejamos o que Kardec diz em a Gênese:
“A existência do relógio atesta a existência do relojoeiro; a engenhosidade do mecanismo lhe atesta a inteligência e o saber. Quando um relógio vos dá, no momento preciso, a indicação de que necessitais, já vos terá vindo à mente dizer: aí está um relógio bem inteligente? Outro tanto ocorre com o mecanismo do Universo: Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras”.
FONTE: A gênese os milagres e as predições segundo o Espiritismo > A gênese > Capítulo II – Deus item 6

Comentários


  1. 4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?

    “Num axioma que aplicais às vossas ciências: Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

    Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da criação. O universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

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