Necessidades ilusórias:


Os espíritos não tem necessidades materiais. Mas há espíritos que, ainda muito apegados à matéria, tem a ilusão dessas necessidades. Para eles é  uma tortura não poder saciá-las, tortura que lhes serve de expiação. Há um caso na revista espírita de um espírito desencarnado que ainda sentia necessidade de se alimentar, e que sentia o cheiro dos alimentos para tentar se saciar. Vide:

"4 ─ Quando vedes comidas gostosas, sentis vontade de comer? ─ Ah! Comer! Eu não posso mais. Para mim, esses alimentos são o que são as flores para vós: cheirais, mas não comeis. Isto vos contenta. Pois então! Também eu fico contente.

"7. ─ Esse desejo fica plenamente satisfeito pelo cheiro que aspirais? É a mesma coisa que se realmente comêsseis? ─ É como se eu vos perguntasse se a vista de um objeto que desejais ardentemente vos substitui a posse desse objeto". FONTE: Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1860 > Novembro > Palestras familiares de além-túmulo - Baltazar, o Espírito gastrônomo
https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/894/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1860/4839/novembro/palestras-familiares-de-alem-tumulo-baltazar-o-espirito-gastronomo

Outra texto da revista espírita que esclarece bem isso: "Isto parece singular, mas assim é, e a observação nos ensina que essa é a situação dos Espíritos que viveram mais a vida material do que a vida espiritual, situação por vezes terrível, porque a ilusão das necessidades da carne se faz sentir, e eles têm todas as angústias de uma necessidade impossível de saciar". FONTE: Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1868 > Junho > A morte do Sr. Bizet, cura de Sétif https://www.kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/902/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1868/6264/junho/a-morte-do-sr-bizet-cura-de-setif

Trechos onde Kardec diz que espíritos não tem necessidades físicas:

558. Alguma outra coisa incumbe aos Espíritos fazer, que não seja melhorarem-se pessoalmente?
“Concorrem para a harmonia do Universo, executando as vontades de Deus, cujos ministros eles são. A vida espírita é uma ocupação contínua, mas que nada tem de penosa, como a vida na Terra, porque não há a fadiga corporal, nem as angústias das necessidades.”

"Há sensações que têm por fonte o próprio estado dos nossos órgãos. Ora, as necessidades inerentes ao corpo não se podem verificar desde que não exista mais corpo. Assim, pois, o Espírito não experimenta fadiga, nem necessidade de repouso ou de alimentação, porque não tem nenhuma perda a reparar. Ele não é acometido por nenhuma de nossas enfermidades."
FONTE: Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1859 > Abril > Quadro da vida espírita https://www.kardecpedia.com/pt/roteiro-de-estudos/893/revista-espirita-jornal-de-estudos-psicologicos-1859/4529/abril/quadro-da-vida-espirita

Kardec fala na obra o Céu e o Inferno que esse estado de ilusão é um estado intermediário entre a vida espiritual e a vida corporal. Ou seja, não é propriamente a vida espiritual ainda. Vejam:
"12. Na morte violenta, as condições não são exatamente as mesmas. Nenhuma desagregação parcial pôde trazer uma separação prévia entre o corpo e o perispírito; a vida orgânica, em toda sua força, é subitamente detida; o desprendimento do perispírito não começa senão depois da morte, e, neste caso como nos outros, não se pode operar instantaneamente. O Espírito, pego de improviso, fica como que atordoado; mas, sentindo que pensa, acredita que ainda está vivo, e essa ilusão dura até que se tenha dado conta de sua situação. Esse estado intermediário entre a vida corpórea e a vida espiritual é um dos mais interessantes a estudar, porque apresenta o singular espetáculo de um Espírito que toma seu corpo fluídico pelo seu corpo material, e que experimenta todas as sensações da vida orgânica."
FONTE: O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo > Segunda parte - Exemplos > Capítulo I - A passagem > 12

Eric Tavares

Comentários

  1. - Aerobus (O espírito se movimenta para onde quiser, dentro do seu nível evolutivo, na velocidade do pensamento, não dependendo de transportes artificiais);

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